Filipe IV, o Belo

Rei da França nascido em Fontainebleau, França, chamado de o moedeiro falso e cuja prolongada disputa com o papado terminou com a transferência da cúria para Avignon. Filho de Felipe III, o Ousado, e Isabel de Aragão, foi um político realista e cuidadoso, conduzindo seu reinado com mão de ferro, cercando-se de legisladores que extraíram do direito romano a idéia da onipotência real, lançou impostos sobre os bens eclesiásticos e impediu a saída de recursos destinados à Santa Sé para fora da França.

Durante os primeiros anos de reinado, intensificou os esforços para racionalizar a administração e deitou uma hábil política financeira contribuiu para garantir a autoridade real na França medieval, porém empreendeu uma guerra contra a Inglaterra (1294) que trouxe grandes prejuízos aos recursos do reino. Implacável em seus atos, transformou-se em uma espécie de semideus e gerou o primeiro conflito com o papado ao querer impor dízimos ao clero (1296). Seu tratamento rancoroso contra a Igreja veio desde a juventude e ficou notavelmente rumoroso por seu envolvimento na destruição da Ordem do Templo.

Na juventude tentou fazer parte da Ordem do Templo, mas, para sua ira, seu pedido de ingresso foi negado e, numa história repleta de soberanos dominados pela Igreja e por Papas, teve nele o oposto. O clero da época destacava-se pelas fortes disputas internas por posições de destaque político dentro do corpo eclesiástico. Prendeu Bernard Saisset, bispo de Pamiers (1301) um ano antes de o pontífice Bonifácio VIII anunciar a supremacia universal do papado. No ano seguinte Bonifácio foi feito prisioneiro e, assim, sob sua influência, um sujeito fraco e ganancioso, o Arcebispo Beltrão de Got, tornou-se Papa Clemente V (1305), com o compromisso da dissolução da Ordem dos Templários, pois só um papa poderia fazê-lo.

Expulsou da França os judeus e confiscou seus bens (1306) e, no ano seguinte, fechou a Ordem dos Templários na França e transferiu seus bens para a Ordem dos Hospitalários. O rei infiltrou na Ordem vários agentes e em 13 de outubro (1307), Jacques de Molay e cerca de cinco mil Templários, quase todos aqueles existentes na França, foram encarcerados por ordem do Rei. Entre as acusações estavam defesas de heresias, negação do Cristo, blasfêmia contra Deus, homossexualismo, idolatria, conluio com os infiéis do islã etc, a maioria delas justamente as condenadas pela Santa Inquisição.

Os anos de paz que se seguiram permitiram ao rei formular planos para estabelecer-se como campeão indiscutível da ortodoxia religiosa, completou o fortalecimento da fazenda estatal com a criação de um tribunal de contas e a decretação de novos impostos. Finalmente, o papa Clemente V, em acordo com o rei, transferiu (1309) a sede pontifícia para Avignon.

O processo de inquisição contra os Templários continuou por anos e seu ápice ocorreu em 18 de março (1314), quando o último Grão Mestre Templário, Jacques de Molay e um outro irmão da Ordem, Geoffroy de Charney, foram arrastados à morte na fogueira da Santa Inquisição, na Ile-des-Javiaux, uma pequena ilha do rio Sena. Em meio as chamas de Molay amaldiçoou o papa e o rei que morreram, respectivamente, trinta e três dias e pouco mais de seis meses depois, este durante uma caçada em Fontainebleau, aumentando o mito que cercou os lendários Cavaleiros Templários.

Foto : Internet

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