Irmão João Bretas, do Capítulo Obreiros do Século XXI, aborda sobre o tema: Por que somos unidos?

Por que somos unidos?

Essa deve ser a pergunta menos feita e mais respondida dentro da Ordem DeMolay. Por que nos unimos? A intenção deste texto é tentar explicar essa pergunta, mas tentar torná-la o menos filosófica possível. Certamente cada capítulo DeMolay, e cada DeMolay em seu coração têm uma resposta própria para ela, e esse mérito será mantido na particularidade de cada um, não sendo abordado neste momento.

Nós, humanos, somos seres extremamente sociáveis. Somos primatas, por isso é bastante frequente que nos associemos uns aos outros por motivos diversos. Nossa interação social é tão biologicamente essencial, que é literalmente patológico se privar dela. Temos inclusive um hormônio que nos recompensa por manter-nos unidos dessa forma: a ocitocina. Ela que nos dá aquela sensação de bem-estar após um abraço, nos faz manter aquele sorriso no rosto quando vemos alguém que gostamos ou dá aquela sensação de alegria ao estarmos em comunhão com nossos irmãos em uma reunião ou em um momento lúdico. Esse hormônio é tão importante que ele ultimamente tem sido usado, até com certo êxito, para o tratamento de pessoas com dificuldades de interação social, como aquelas que se encontram no espectro autista.

A boa verdade é que é extremamente adaptativo que estejamos unidos. O antropólogo e estatístico inglês Francis Galton (1822-1911) certa vez fizera um experimento para identificar o grau de assertividade coletiva, e esse experimento, que até hoje é replicado de diversas formas, nos mostra que a média grupal costuma estar melhor direcionada à verdade ou à resposta mais útil, do que um indivíduo aleatório estaria sozinho.

Vemos diversos agrupamentos em diversas espécies que demonstram resultados parecidos. Quanto mais formigas se direcionam a um determinado alimento, mais retilíneo o trajeto tende a ser, pois cada formiga faz uma pequena correção em relação ao trajeto feito pela formiga anterior.

Qual resposta, portanto, poderíamos dar à pergunta feita no início? Bem, nos unimos pois assim agimos melhor. Talvez a frase mais clichê e mais cabível para responder seja “nenhum de nós é tão bom quanto todos nós”. A prática de seleção para um iniciado na Ordem nos permite peneirar aqueles que queremos associados a nós, mas a associação já é a melhor prática que nós podemos tomar para realizar nossos projetos, ao menos no quesito assertividade. Nossa homogeneidade está em nossa moral e em nossos princípios, não em nossas ideologias políticas ou religiosas. Somos uma amostra bastante diversa da sociedade. Nossa irmandade é a nossa fonte inesgotável de motivação, mas nossos irmãos são nosso recurso limitado de sucesso. Poucos conhecem nossos segredos, mas muito produzimos com nossa união.

Inspirado no vídeo “O poder do Coletivo” do canal Nerdologia: https://youtu.be/eANH5f1ul7s

Texto: Irmão João Pedro Bretas – estudante no curso de Psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF) e Segundo Conselheiro do Capítulo Obreiros do Século XXI nº 057, de Teresópolis/RJ

Foto : Internet

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