Irmão João Bretas, do Capítulo Obreiros do Século XXI, aborda sobre o tema: Heróis

HERÓIS

                O heroísmo é um conceito que percebemos ser extremamente plástico conforme crescemos. Quando somos crianças entendemos por herói uma pessoa de capa, com um uniforme colorido e com poderes sobrehumanos que são usados sempre para fazer o bem. Quando somos um pouco mais velhos entendemos por heróis os nossos ídolos, geralmente do meio artístico, como aquela banda que você sempre ouvia em sua adolescência ou aquele ator que você sempre quis conhecer. Porém quando você é um DeMolay, sabe que o heroísmo é um ato de merecimento que vai muito além de tablóides e histórias em quadrinhos.

                A Ordem DeMolay hoje é reconhecida como a maior instituição juvenil do mundo. O nome DeMolay, que tomamos para nós, é uma singela homenagem ao último grão-mestre dos cavaleiros templários: Jacques de Molay. De Molay não tinha poderes sobrehumanos, não aparecia nas rádios ou na televisão, mas ele não precisava de nada disso para se provar um herói. Ele foi um homem que simplesmente decidiu que sua honra e sua dedicação ao Rei dos reis eram superiores a qualquer sofrimento ou prazer terreno. Despojado de seus bens e perseguido por acusações mentirosas, Jacques de Molay foi apresentado à tentação de entregar sua honra aos lobos, ou de manter sua fidelidade até a fogueira. Pois bem, ele escolheu a fogueira.

                A ordem dos cavaleiros templários era composta de homens virtuosos e companheiros, unidos por um sentimento de fraternidade e empatia para com os menos favorecidos. Eram o escudo dos fracos e os inimigos da ganância e da luxúria. Embora dotados de bens preciosíssimos, sempre mantinham a humildade que os competia, como nobres e leais servos do povo e da igreja. Jacques de Molay é considerado o mais virtuoso dos cavaleiros templários, e seu exemplo é lei para cada jovem que presta o seu juramento.

As cobras peçonhentas que acusaram os cavaleiros templários estavam buscando as riquezas e as influências deles, bem como seus segredos e armas. Tentaram tirar segredos de Jacques de Molay, tentaram arrancar mentiras de seus lábios e ofereceram recompensas generosas em troca de sua honra. Nunca consegiuram. As ameaças mais nefastas e as torturas mais hediondas nunca tiraram o herói que existia em Jacques DeMolay. Mesmo que todos os nossos segredos sejam espalhados pelo mundo, mesmo que apaguem todas as nossas velas e nos coloquem de joelhos, é nosso dever reacender cada uma, e nos prostarmos como discípulos de um herói que preferiu morrer a permitir que sua alma fosse maculada.

O nosso herói está vivo. Sua memória nunca foi esquecida, e seu sacrifício foi a pedra angular que usamos para construir nosso futuro. Nossa ordem é uma ponte entre o passado e o presente, é a eterna lembrança de que um dia houve um homem que caminhou como nós, comeu como nós, se divertiu como nós, e mesmo assim achou em suas forças exclusivamente humanas a habilidade de não ser igual aos demais. Ele se mostrou um herói até seu último suspiro, nossa única missão é não fazer por menos. Salve Jacques de Molay, cavaleiro espoliado que foi assassinado no dia 18 de março de 1314; o homem pereceu, mas seu legado, jamais.

Texto: Irmão João Pedro Bretas – estudante no curso de Psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF) e Segundo Conselheiro do Capítulo Obreiros do Século XXI nº 057, de Teresópolis/RJ.

Imagem : Internet

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