Irmão João Bretas, do Capítulo Obreiros do Século XXI, aborda sobre o tema: Frustração

Se você é um ser humano consciente, certamente já sentiu isso. É um sentimento tão certo quanto a própria morte e não muito distante da mesma. Neste texto vamos elucidar alguns aspectos deste tema tão temido.
Se vamos falar de frustração, antes temos que entender o que é motivação. Motivação é a razão pela qual realizamos qualquer ação consciente. Nos levantamos da cama para tomarmos café, saímos de casa para trabalhar e trabalhamos para ganhar dinheiro. Podemos prosseguir com tantos exemplos que completaríamos um dia inteiro, mas não são necessárias mais explicações para entender que todos os nossos comportamentos são motivados. É quase como uma expressão psicológica da terceira lei de Newton. Depois de tudo isso você pode perguntar o porquê de ser necessário entender o que é motivação. Ora, porque a frustração é a interrupção da motivação.
Trabalhar muito para conseguir uma promoção e vê-la entregue a outro; estudar muito para uma prova e acabar reprovando, querer muito algo e receber um não como resposta. Sim, é de desmotivar qualquer um. Só de imaginar essas situações, é fácil vir um gosto amargo em sua boca. A sensação de quem nadou quilômetros para então encarar, impotente, um tsunami vindo em sua direção. Seria desesperador até para o próprio Michael Phelps.
Por que a morte é tão temida? Porque ela é o maior dos tsunamis. Não há nada que nos deixe tão impotentes quanto ela. Nascemos com esse destino, e não importa se nadamos metros ou quilômetros, de peito ou de nado borboleta, apenas nadamos em direção a esse tsunami. E como lidar com a frustração? Bem, da mesma forma que lidamos com a morte todos os dias: Aprendendo que a impotência é liberdadora. O que não tem remédio, remediado está. Nunca poderemos impedir a morte, então tentamos não pensar muito nisso. Continuamos acordando, tomando café e indo ao trabalho, mas no máximo colocamos um cinto de segurança no carro. Pensar sobre a nossa própria impotência é desperdiçar energia, então a usamos para nos motivarmos e nos frustramos com outras coisas. Mas não é sempre que podemos agir dessa forma.
Se você me perguntar o que é um homem sábio, e eu sabendo que você leu esse texto, diria que o homem sábio é um surfista. Um surfista sabe usar a onda a seu favor, e apenas conhece o próprio limite para se superar. Se ele é diariamente derrubado por ondas de 1,5m, em algum tempo apenas ondas de 2m conseguirão derrubá-lo. Mas o surfista sabe que frente a um tsunami, ele não pode fazer nada. No momento em que a impotência tomar conta de sua mente, e a ficha cair bem na sua frente, ele irá fechar os olhos e sorrir. Como eu disse antes, o que não tem remédio, remediado está. Ninguém se prepara pros tsunamis, ninguém se prepara para um “não” final, ninguém se prepara para ver suas oportunidades sumindo diante de seus olhos. Apenas fazemos o melhor esperando pelo melhor. Esperamos que todo passeio seja em um mar sereno e aprendemos com cada onda. Mas quando você se vir diante do tsunami, feche os olhos e sorria. Reze pela calmaria, se prepare para as ondas fortes, mas livre sua mente dos tsunamis.
Fato curioso: Essa é a segunda vez que escrevo esse texto, pois na primeira vez acabou a minha bateria e perdi todo o progresso. Imagine o que senti.

Texto: Irmão João Pedro Bretas – estudante no curso de Psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF) e Segundo Conselheiro do Capítulo Obreiros do Século XXI nº 057, de Teresópolis/RJ.

Imagem cedida para divulgação

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