Irmão João Bretas, do Capítulo Obreiros do Século XXI, aborda sobre o tema: Por que as coisas têm valor?

POR QUE AS COISAS TÊM VALOR?

                Pegue a sua carteira e veja o que tem dentro. Alguns documentos, cartões, fotos, dinheiro talvez… Esse texto tem a intenção de debater justamente isso: por que nós temos carteira?

                Seja você rico, pobre, de classe média ou apostador compulsivo, de uma coisa você tem a mais que absoluta certeza: o dinheiro tem valor. Essa faixa de papel e esses pedacinhos de metal redondos significam algo para nós. Mas qual a razão de isso acontecer? Ora, se essas coisas têm valor para nós é simplesmente porque acreditamos que elas têm valor. À primeira vista pode parecer um tanto paradoxal, mas isso é fato: para algo ter valor, você precisa acreditar que é valioso de alguma forma.

                O valor do dinheiro é um acordo, é uma convenção. A partir de um dado momento foi decidido que todos que moram em um determinado lugar devem acreditar que uma certa peça feita de uma certa forma tem valor, e, simples assim, como em um passe de mágica, o dinheiro passou a significar algo. Conforme fomos dando valor às coisas decidimos criar um instrumento que nos permitisse comportar essas coisas: uma carteira. Nela colocamos dinheiro com valor imaginário, fotos de pessoas que não estão lá de fato e documentos que só existem para te identificar em uma nação que possui fronteiras tão imaginárias quanto o valor do dinheiro. Mas todas essas coisas, apesar de terem um valor atribuído artificialmente, têm fins extremamente reais e palpáveis.

                O conceito de valor hoje em dia acompanha os mais diversos avanços que a humanidade tem vivenciado. Antigamente as trocas eram feitas com intenções meramente funcionais: Uma galinha por um peixe, 3 garrafas de leite por uma cesta, e assim por diante. O peixe tinha valor porque você podia comer e a cesta tinha valor porque você poderia colocar coisas dentro dela. Hoje em dia números em um computador valem mais do que papel na sua carteira, e com um cartãozinho de plástico você pode transferir esses números para outra pessoa e comprar até um carro ou uma casa dessa forma. Nós temos moedas virtuais que não existem em lugar algum se não em softwares, mas movimentam bilhões de dólares no mercado internacional. Nenhuma dessas coisas precisam ser físicas ou palpáveis para nos fazer perceber que geram consequências concretas.

                O mesmo ocorre em nossos juramentos na Ordem. Vivemos em um mundo em que nem sempre o bom trabalho e a boa cidadania são valorizados. Vivemos em uma Era onde parece que a única função do peixe grande é comer o peixe pequeno, e isso nós não devemos permitir. Somos fortes e somos muitos, e é nosso dever prezar pela boa conduta e pela harmonia conosco e com nossos compatriotas, que são regidos pela mesma bandeira que a nossa, nessa nação que tem fronteiras imaginárias, mas também um sentimento de pertencimento real.

           Nós mesmos passamos a acreditar em honra quando nos prostramos para fazer nossos votos, e a partir desse instante definimos o valor que ela tem, ainda que muitos não enxerguem. Um irmão sempre disposto a ajudar outro irmão é um homem de valor; um homem que resiste às tentações corruptíveis do mundo profano para viver uma vida de limpidez está agindo valorosamente.  Nós criamos nosso próprio valor e nossa própria moeda de troca, mas nada disso cabe em uma carteira. Podemos apenas levar em nossos corações e em nosso espírito, lembrando sempre de carregar também em nossas ações.

Texto: Irmão João Pedro Bretas – estudante no curso de Psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF) e Segundo Conselheiro do Capítulo Obreiros do Século XXI nº 057, de Teresópolis/RJ.

Imagem : Internet

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